A vida não começa num vagido assim como as manhãs não abrem no bocejo do sono que se pede mais. Antes disso, durante, e até ao estalar do interruptor que nos liga os olhos ao contacto das dimensões há toda uma rede de suporte que se traz na emoção de uma vivência. Só não sabemos de onde. Talvez da barriga da mãe, talvez da barriga dos sonhos, talvez do que todos os que ficaram para trás de nós acumularam e transportaram nas veias até ao sangue que nos oferecem por ser a nossa vez. Talvez à estupidez dos sonhos que não entendemos porque a maioria são emprestados e apenas nos limitamos a sentar sem pagar, assistindo.