A 26/08/2015 foi aprovada uma nova Lei que impõe um período de carência de 5 anos para quem for apanhado a  maltratar animais. Mas do papel à execução da lei vai uma enormidade e os contornos do entendimento sobre maltratos dão pano para mangas, o que equivale a dizer que há sempre quem se safe a menos que seja apanhado em flagrante delito, o que obviamente no caso de quem é indefeso como os animais, é dificílimo.
Depois, ainda há o outro quadro: caso seja condenado, como se atesta sobre o impedimento de ter animais sob a sua tutela durante este tempo.
E a seguir? Já não são bandidos?
Sabe-se perfeitamente que há gente que tem cães e gatos sem o mínimo de condições, amontoados, agrilhoados, em varandas, famintos e doentes e sem estarem devidamente registados às autoridades respectivas, sendo do conhecimento geral o que se passa e todos a fazerem vista grossa.
Quem garante a vida e segurança dos que estão sob risco?
 

No ano que acabou contava eu que cada vez gostava menos de pessoas e mais da minha matilha.
Mas a ser assim, como posso eu gostar de mim?
E a não me gostar, como posso sentir tão profundamente o que sinto pelos meus cães, que a sua falta leva-me a enterrar junto com aqueles que partem?
Então melhor nada sentir por eles também.
O preço que se paga quando nos deixam é tão mais violento que o amor que lhes tenho e a cura é impossível. Acho-lhes a falta quando distribuo a comida ou quando me acercam e as mãos não têm onde tocar. É aí que dou por mim a bater no peito e a não querer sentir.