Há uma mulher que passa à minha porta todos os dias à mesma hora. Leva sempre o mesmo passo. O mesmo semblante cinzento, carregado, tristonho. Os ombros escorregam-lhe para a frente quase a proteger-lhe o peito. Ao peito, um crucifixo.
Alguns anos atrás esta mesma mulher passava à minha porta ao lado de um homem de chapéu com uma pena pequena de pavão. O homem levava sempre o mesmo passo. O mesmo semblante cinzento, carregado, tristonho. Os ombros escorregavam-lhe para a frente quase a proteger o peito. Ao peito, traçava os braços com um pequeno livro preto do qual nunca soube o título.