Desconfio de amizades instântaneas, daquelas que é só conhecer, trocar nºs de telemóvel e a partir daí não dão sossego às msg, querem-nos em todos as saídas, estão sempre em nossa casa, confidenciam tudo de todos. Não gosto. Não falo de mim. Prefiro o meu quintal. Deixo os meus cães cheirarem-nos e observo-lhes as caudas, as orelhas. A maioria nem se chega perto, têm medo de lhes passar a mão no dorso, encolhem-se, pressentem a verdade, suponho. Ou então sou eu, que lhes cheiro a superficialidade. À segunda tentativa e à minha negativa, desistem, não voltam, sei que fazem amizade com outros e contam tudo sobre a minha vida que tão bem conhecem.

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