No ano que acabou contava eu que cada vez gostava menos de pessoas e mais da minha matilha.
Mas a ser assim, como posso eu gostar de mim?
E a não me gostar, como posso sentir tão profundamente o que sinto pelos meus cães, que a sua falta leva-me a enterrar junto com aqueles que partem?
Então melhor nada sentir por eles também.
O preço que se paga quando nos deixam é tão mais violento que o amor que lhes tenho e a cura é impossível. Acho-lhes a falta quando distribuo a comida ou quando me acercam e as mãos não têm onde tocar. É aí que dou por mim a bater no peito e a não querer sentir.
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