Afinal tudo o que precisava estava diante dos meus olhos.
Não sei que árvore é aquela e nem vem ao caso, porque o que é importante é que defronte da minha casa, no quintal da vizinha, toda a copa duma árvore esplendorosamente se havia coberto de flores rosadas e brancas com um olho vermelho escuro.
Aquela visão é mais do que eu julgava necessário, porque no fundo a beleza é fundamental e durante os últimos tempos muita coisa feia tem vindo a atingir-me.
Também a surpresa, como se de um dia para o outro e magicamente a florescência tivesse rebentado para me encantar (coisa que sei não ser naturalmente possível), ajudaram a apaziguar o sentimento de revolta e injustiça que tenho transportado no peito. Acalmei a minha dor nas cores, os olhos na imagem tão bela e próxima, contemplei-a apenas no acto de assistir e nada mais pretender senão a poesia de admirar.
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