Confissões àparte [não é para isso que estou aqui] declaro a minha não inocência nestes assuntos: apeteceu-me escrever, deu-me para isto, talvez me saia melhor do que a rabiscar outros assuntos, por ex.: esboços de mãos a escreverem ou paisagens bucólicas que se delimitam nas arestas das folhas [ arestas em folhas?] de um bloco A4, coisa curta para a minha vista. Apeteceu-me ver se ainda era capaz de escrever coisa com sentido, consentido, as palavras têm este apelativo de podermos brincar com elas sem ninguém nos levar a sério ou levando a sério mesmo, porque são assunto sério. Já os desenhos... Toda a gente espera que o desenhador se saia bem, que o risco queira dizer exactamente aquilo que risca, não há como emendar, se se usa a borracha entendemo-lo como curioso, se segue avante, chamamo-lo de medíocre, um trambolho armado em artista. As letras não, ou se sabem ou não se sabe fazer uso delas. Digo eu, que me preciso de convencer que tem de haver uma justificação séria para ter cuidado com o cão.

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